Existe, por vezes, alguma confusão na distinção entre o que é realmente um bordado e uma
renda; e é importante esclarecer o significado dos termos “bordado” e “renda”.
O “Filé” está catalogado internacionalmente
como Bordado e ele, de fato, o é.
Considera-se “bordado” todos os trabalhos exercidos por meio de uma agulha sobre qualquer
tipo de suporte pré-existente. Os tipos de suporte podem variar em conformidade com o
resultado do trabalho que se pretenda obter, sendo o mais comum o realizado sobre tecido.
Quanto ao bordado filé, ele é executado sobre uma superfície de fios tramados e não sobre um
tecido já constituído, sendo essa sua característica peculiar.
Há a necessidade da execução de dois processos para a execução do filé: primeiro, a
confecção de uma rede ou malha com fio de algodão de espaçamento pequeno e, segundo, o
preenchimento dessa malha com variadas combinações de pontos que lhe confere uma beleza
ímpar.
Considera-se “renda” a trama de fios confeccionada com a ajuda de pequenas peças de madeira,
entre outros materiais, que gera como produto final uma superfície plana com cheios e
vazios. Esse “pano” que se forma é a “renda” já que a trama de fios, por vezes planejada
através de um desenho prévio como na renda de bilros, conforma o tamanho e os pontos
decorativos ao mesmo tempo de toda execução.
Para o Programa de Artesanato Brasileiro (PAB), o filé é considerado uma técnica de bordado
europeu, difundida de geração a geração na região do complexo lagunar Mundaú e Manguaba do
estado de Alagoas. É construído a partir de uma rede denominada malha, com espaçamento
pequeno, que serve de suporte para a execução do bordado. O trabalho é realizado em duas
etapas: a construção da rede e o preenchimento de pontos sobre a rede.
Para sua execução são utilizados instrumentos artesanais: agulha em madeira e molde de bambu
para tecer a malha, telas (bastidores) em madeira sob diversos tamanhos para a esticagem da
malha e ainda, a confecção de goma de amido de milho para finalização dos produtos.
A variedade de pontos e complexidade de execução dos pontos entre si, além do intenso
colorido, confere ao bordado desse território características singulares de outros
executados com a mesma técnica. Mas é preciso empenho para a obtenção desses resultados.
Após a confecção da rede, ela é esticada num tear de madeira e se inicia o bordado das
linhas (monocromáticas ou com combinações de tons e cores diversas) que darão forma ao filé.
Essas combinações são previamente projetadas pelas artesãs e marcadas na rede através de uma
modelagem do produto. Matemática também é necessária, pois “a conta das casas” da malha tem
que ser precisa e ritmada. Tudo é milimetricamente quantificado, definido e marcado. Há
artesãs que só preenchem e outras que marcam e preenchem. Outras, por seu turno, que só
fazem a rede. Nota-se muita terceirização na confecção dessa rede, pois demanda tempo
fazê-la. Desse modo, temos uma cadeia produtiva do bordado na área lagunar da Mundaú e da
Manguaba.
O FILÉ ALAGOANO
O filé alagoano é uma técnica de bordado de origem européia difundida de geração
a geração na região do complexo lagunar Mundaú e Manguaba do estado de Alagoas.
O bordado é construído a partir de uma rede denominada malha, com espaçamento
pequeno, que serve de suporte para a execução do bordado.
O trabalho é realizado em duas etapas: a construção da rede e o preenchimento de
pontos sobre a rede. Para sua execução são utilizados instrumentos artesanais:
agulha em madeira e molde de bambu para tecer a malha, telas (bastidores) em
madeira sob diversos tamanhos para a esticagem da malha e ainda a confecção de
goma de amido de milho para finalização dos produtos.
A variedade de pontos e complexidade de execução dos pontos entre si, além do
intenso colorido, conferem ao bordado desse território características
singulares de outros executados com a mesma técnica.